Recentemente, tive uma grata surpresa ao ler o relatório "Como a Força de Trabalho Aprende" publicado pela Degreed, empresa americana líder global em plataformas de experiências de aprendizagem. Pude conversar diretamente com Débora Mioranza, vice-presidente para as Américas da Degreed, que compartilhou suas valiosas percepções sobre o tema.
Como empreendedor e executivo de tecnologia com mais de 20 anos de experiência, sempre estive atento ao papel da aprendizagem no trabalho. Aqui na EXAME, hoje eu analiso em tempo real dados sobre o que os funcionários das maiores empresas do Brasil estão aprendendo, para tentar prever qual é o próximo curso que vamos produzir pra eles. Gostei de entender melhor nessa pesquisa da Degreed o que constato empiricamente todos os dias.
Aprender para melhorar performance
Segundo o relatório, "melhorar a performance no trabalho é a principal motivação que leva os profissionais brasileiros a se engajarem em iniciativas de aprendizagem corporativa". Essa constatação ressoa fortemente com a minha experiência na Witseed by EXAME: os alunos demonstram um forte desejo de aprimorar suas habilidades para alcançar um melhor desempenho em suas funções.
Desenvolva talentos e dobre a performance na sua empresa com uma cultura de aprendizagem forte.
Durante nossa conversa, Débora Mioranza enfatizou a importância de alinhar estrategicamente o desenvolvimento de habilidades com as metas pessoais de carreira e os objetivos de negócios. Como ela destacou, essa abordagem tem auxiliado organizações e indivíduos a acompanharem as mudanças rápidas e constantes do mercado de trabalho.
Aprender com vídeos e com colegas
O estudo da Degreed também revelou a preferência dos entrevistados por treinamentos em vídeo ou com colegas como uma forma rápida de adquirir conhecimentos. Segundo Débora Mioranza, "essa preferência reflete o desejo dos profissionais de aprenderem de forma prática e interativa, seja dentro do ambiente de trabalho ou fora dele". Esse aspecto é muito relevante, tanto para o desenvolvimento no contexto corporativo quanto para a ampliação do conhecimento fora dele.
Outro ponto destacado pelo estudo é que empresas com estratégias sólidas de aprendizagem são valorizadas pelos profissionais na hora de escolher onde trabalhar. Esse dado também está alinhado com o que temos observado na Witseed, organizações com uma cultura de aprendizagem bem estabelecida conseguem atrair e reter talentos de forma mais efetiva.
Aprendizado e inclusão
No entanto, o estudo também destacou áreas que precisam de aprimoramento. Débora Mioranza salientou que "é fundamental oferecer experiências práticas que ampliem as habilidades dos profissionais, além de garantir um apoio efetivo dos gestores durante o processo de aprendizagem". Fora isso, é crucial tornar a aprendizagem disponível para todos, promovendo uma cultura inclusiva e eficaz.
Sua perspectiva reforçou a necessidade de entender as motivações individuais e oferecer oportunidades de aprendizado alinhadas às necessidades dos profissionais. Dessa forma, podemos impulsionar não apenas o desempenho individual, mas também a satisfação e o engajamento dos colaboradores.
Aprendizado divergente
A conversa com a Débora Mioranza foi incrível. Proporcionou uma visão mais profunda sobre a importância da aprendizagem corporativa, para além das minhas percepções empíricas do dia-a-dia. Eu acho muito rico conversar com profissionais de outras áreas sobre os desafios da minha profissão, isso sempre me abre perspectivas que eu jamais pensaria sozinho nem conversando com meus pares.
Como construir uma cultura de aprendizagem nas empresas?
Termino com essa dica pra você aplicar agora. Escolhe uma pessoa que você considera inteligente que trabalhe em uma área totalmente diferente da sua. Marque uma reunião de 45 minutos para falarem sobre os seus desafios profissionais de curto prazo, de preferência compartilhe algum estudo ou material sobre o tema antes. Tenho certeza que serão 45 minutos transformadores.
Por Miguel Fernandes
Revista EXAME
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